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Trump dá as costas à Europa, e a indústria de defesa do continente tenta capitalizar

Kuwait se torna o primeiro cliente estrangeiro do Eurofighter, sinalizando um aumento na demanda por armas europeias. A mudança nas prioridades de investimento reflete o impacto das tensões geopolíticas e a necessidade de fortalecer as defesas do continente.

Dois jatos Eurofighter decolam rumo ao Kuwait

Recém-saídos da linha de montagem, os jatos Eurofighter percorreram a pista de Turim a 300 km/h antes de decolar. O destino era o Kuwait, a seis horas de voo.

O Exército kuwaitiano é o primeiro cliente estrangeiro a adquirir os jatos da Leonardo, parte de um consórcio com produtores do Reino Unido, Alemanha e Espanha. A demanda por armas disparou na Europa, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

A nova ênfase na produção de armas reflete uma mudança geracional na Europa, que reduziu suas Forças Armadas após a Guerra Fria. Giancarlo Mezzanatto, da Leonardo, observa que a relação com o governo Trump pode incentivar mais compras de armas europeias.

A confiança dos investidores nas empresas de defesa da Europa aumentou apesar das tarifas de Trump. O índice de empresas de defesa europeias subiu 24% este ano, enquanto o S&P 500 caiu mais de 10%.

A Comissão Europeia anunciou um plano para aumentar os gastos com defesa em US$ 840 bilhões, chamando a atenção de fundos institucionais antes relutantes em investir na indústria de defesa. A Varma, um fundo finlandês, e o AkademikerPension da Dinamarca estão reavaliando suas regras de investimento.

A fragmentação do mercado europeu gera ineficiências, com custos de armas europeias muito acima das americanas. O Eurofighter, desenvolvido por um consórcio de quatro países, busca unir recursos para competir globalmente.

A Leonardo também está trabalhando em um caça de última geração, o Programa Aéreo Global de Combate, que deve entrar em serviço em 2035. Essa nova tecnologia pretende rivalizar com o F-35 americano, oferecendo aos clientes maior controle.

Com a incerteza sobre as políticas de Trump, europeus discutem a necessidade do F-35 enquanto avaliam o investimento na indústria de defesa dos EUA, refletindo uma nova abordagem frente aos desafios geopolíticos.

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