Trump ameaça com a maior tarifa do mundo, volta atrás — e país africano paga o preço
EUA aplicam tarifa reduzida de 15% sobre produtos do Lesoto, aliviando pressão econômica sobre o país. Contudo, a indústria têxtil ainda sofre com a competição desleal e pode enfrentar novas perdas de empregos.
Tarifa de 15% sobre produtos do Lesoto foi anunciada pelos Estados Unidos, com início em 7 de agosto. Esta é uma redução significativa em relação à alíquota de 50% proposta em abril pelo presidente Donald Trump.
O Lesoto, que depende da indústria têxtil, já enfrenta danos severos: paralisações, demissões e queda nas exportações. O FMI projeta um crescimento do PIB reduzido para 1,4% entre 2025 e 2026.
A nova tarifa seguiu uma suspensão temporária de 90 dias, durante a qual a produção foi interrompida e milhares de empregos foram afetados. O economista Lyle Begbie afirmou que, apesar da desvantagem competitiva, a nova alíquota é menos prejudicial.
O setor têxtil representa 90% dos empregos manufatureiros no Lesoto e é o maior empregador privado. O African Growth and Opportunity Act (Agoa) é crucial para o comércio com os EUA. O governo alerta que até 40 mil empregos podem ser perdidos se o Agoa não for renovado.
A taxa de desemprego em Lesoto é de 30%, subindo para quase 50% entre jovens. David Chen, da Associação de Exportadores Têxteis, declarou que a redução das tarifas oferece pouco alívio devido à concorrência.
O professor Rodrigo Amaral enfatiza que Lesoto e outros países africanos seguem regras tarifárias da OMC e têm maior flexibilidade por serem nações de baixa renda. Ele sugere que as ações de Trump têm motivações políticas.
Lesoto, cercado pela África do Sul, possui 2,3 milhões de habitantes e PIB de US$ 2,27 bilhões. O país enfrenta desafios, como escassez de terras férteis e dependência da África do Sul, que complicam seu desenvolvimento econômico.
Por fim, a pobreza persiste e o acesso a serviços básicos é precário, afetando a produtividade do país.