Trump age 'como valentão' e economia global pode sofrer transformação profunda, diz Bacha
Economista Edmar Bacha critica ações comerciais de Trump e propõe reforma liberal para o Brasil. Ele alerta sobre os potenciais cenários econômicos globais pós-mandato do presidente americano.
Economista Edmar Bacha alerta sobre o crescimento do gasto público americano e déficits comerciais durante palestra na Academia Brasileira de Letras. Ele critica as ações do presidente Donald Trump de aumentar tarifas de importação, que considera equivocadas.
Bacha descreve Trump como um “valentão que dá tiro em bar” e prevê que o mundo sobreviverá ao seu mandato, mas alerta para possíveis transformações na economia global.
Durante sua palestra, Bacha apresentou um panorama da evolução econômica desde 1950, destacando que o mundo se tornou cerca de cinco vezes mais rico no período pós-Segunda Guerra. Ele também mencionou o engajamento da Ásia, liderada pela China, como um grande “player” global.
Apesar da erosão da hegemonia americana, o dólar permanece a moeda dominante nas transações internacionais, o que torna os produtos americanos mais caros e eleva o dívida comercial dos EUA.
Bacha sugeriu três cenários para a economia mundial após a era Trump:
- Retorno à globalização
- Globalização sem os EUA
- Divisão em três blocos (União Europeia, China e Rússia)
Ao ser questionado sobre a postura do Brasil diante da política de Trump, Bacha recomendou uma reforma liberalizante em vez de retaliar com tarifas. Ele argumentou que o Brasil tem a oportunidade de modernizar sua economia e aumentar a produtividade através de intercâmbios comerciais mais abertos.
Para ele, responder com menos tarifas seria mais produtivo, já que a indústria brasileira enfrenta desafios devido à falta de competitividade em um mercado fechado.