Trump afirma que Hamas rouba comida enviada para Gaza, em contradição com oficiais de Israel
Trump alega que o Hamas rouba assistência humanitária em Gaza, mas investigações desmentem essa afirmação. Aumentam as pressões internacionais sobre Israel para que facilite a entrega de alimentos na região, enquanto a fome se torna uma preocupação crescente.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou no domingo, 27, que “o Hamas rouba a comida enviada para Gaza”. Ele mencionou também o “roubo” de dinheiro destinado à compra de alimentos para a região.
Trump declarou que os EUA doaram US$ 60 milhões para alimentação em Gaza, ressaltando que nenhum outro país ajudou, apesar de França, Reino Unido e Jordânia movimentarem auxílios.
O presidente comentou sobre solicitações de famílias israelenses para recuperar o corpo de seus filhos, em meio ao conflito.
Acusações semelhantes não são novas; Israel usa essa alegação para restringir a entrada de alimentos na Faixa de Gaza. Contudo, o New York Times reportou que não há provas concretas do roubo da ajuda humanitária pelo Hamas.
Oficiais israelenses afirmaram que o sistema de entrega da ONU é eficiente, embora o Hamas tenha roubado ajuda de organizações menores. Um relatório do governo dos EUA também indicou que não encontrou evidências de roubo sistemático do Hamas.
Na última semana, mais de 100 agências de ajuda e grupos de direitos humanos alertaram para o risco de “fome em massa” e pediram a Israel a retirada das restrições à assistência humanitária.
A União Europeia e 28 governos, incluindo aliados como Grã-Bretanha e França, condenaram o “fornecimento limitado de ajuda”. David Mencer, porta-voz do governo israelense, atribui as restrições ao Hamas e à má coordenação da ONU.
Em março, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou que Israel impediria a entrada de materiais no território. O novo sistema de ajuda é administrado pela Gaza Humanitarian Foundation, empresa privada americana.
Críticos apontaram que a fundação tem poucos pontos de distribuição, e a entrega de alimentos ocorre em meio a episódios de violência. Após dois meses de bloqueio, o governo israelense permitiu a distribuição de ajuda pela ONU e pela fundação americana, sendo que a metade da ajuda é gerida por cada uma dessas entidades.