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Tributação de títulos como LCI e LCA pode dificultar crédito para moradia e safra do agro, dizem setores

Setores como construção civil e agronegócio alertam para os impactos negativos da proposta, que pode aumentar o custo do crédito e prejudicar o acesso à casa própria. A medida é vista como um retrocesso em um momento que já enfrenta desafios financeiros significativos.

Proposta de Imposto de Renda de 5% sobre títulos isentos, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs, gera preocupação nos setores da construção civil, agronegócio e infraestrutura.

No setor imobiliário, teme-se o impacto no financiamento habitacional. Com R$ 427 bilhões em estoque de LCIs, a nova alíquota poderá elevar o custo do crédito em 0,7%, segundo a Abrainc.

Para a Abecip, essa taxação resulta em custo maior da moradia e compromete o acesso à casa própria. Nos últimos quatro anos, o custo do financiamento via SBPE aumentou 5 pontos percentuais.

A construção civil gerou 182 mil vagas em 2025. Empresários afirmam que aumentar a tributação penaliza o setor e sugerem reformas para melhorar a eficiência do gasto público.

No agronegócio, a tributação das LCAs pode afetar o crédito privado, especialmente para pequenos produtores. A Abag alerta que o aumento de custos impactará a competitividade e a disponibilidade de alimentos.

A CNA destaca a importância das LCAs para o Plano Safra, enquanto a advogada Charlene de Ávila menciona o risco de queda no fluxo de crédito privado para o setor.

Críticas à medida argumentam que ela vai contra promessas de apoio ao agro e financiamento sustentável, gerando insegurança em tempos de juros altos e queda das commodities.

As debêntures de infraestrutura também podem ser afetadas, levando a custos mais altos para investimentos. Venilton Tadini, da Abdib, considera a retirada da isenção "sem sentido".

O economista-chefe Felipe Salto vê a medida como tentativa de arrecadação de R$ 3 bilhões, mas critica a falta de reformas relacionadas à despesa pública.

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