Trégua comercial de 90 dias: uma vitória de Trump ou um triunfo chinês?
Trégua comercial entre EUA e China é vista como vitória por ambos os lados, mas gera preocupações sobre a estabilidade do acordo. A economia chinesa pode se beneficiar no curto prazo, mas riscos de retrocessos em reformas e descontentamento americano permanecem.
Trump e a Trégua Comercial
A trégua comercial de 90 dias entre Estados Unidos e China é considerada uma vitória por Donald Trump, que a vê como uma tática eficaz na guerra comercial. Entretanto, a China acredita que a trégua é um triunfo nacional que revela a fraqueza dos EUA frente a mercados em queda.
A mídia estatal chinesa expressou otimismo com o acordo, mas também levantou preocupações sobre potenciais recuos nas reformas internas e a possibilidade de Trump mudar de ideia. O acordo reduz as tarifas dos EUA sobre produtos chineses de 125% para 10% e preserva uma tarifa de 20% sobre o comércio de fentanil.
A China, em troca, diminuirá as tarifas sobre produtos americanos para 10%, suspenderá a proibição de importação de Boeing e pode atenuar restrições sobre terras raras.
As previsões do PIB da China melhoraram com a expectativa de crescimento aumentando de 4% para 4,6%, com o banco Goldman Sachs prevendo estabilidade nas exportações.
O acordo também proporcionou à China suporte no sul global, destacando sua posição contra a hegemonia ocidental. No entanto, a recente adoção de novas leis de segurança nacional pela China e a reação do mercado de ações em Hong Kong levantam questões sobre a estabilidade interna.
Por fim, as incertezas em torno do acordo geram receios sobre a resposta de Trump e suas implicações para as futuras relações comerciais, levando transportadoras a acelerar movimentações de mercadorias durante a janela de 90 dias.