Transmissão é desafiada por fontes renováveis, hidrogênio verde e data centers
Brasil enfrenta desafios na transmissão de energia elétrica com o crescimento da geração eólica e solar. O Operador Nacional do Sistema destaca a necessidade de expandir a malha elétrica e ajustar a operação para atender a demanda crescente de data centers e hidrogênio verde.
Rede de transmissão de energia elétrica brasileira enfrenta desafios significativos. Apesar de cobrir 99,9% do país, a rede precisa se adaptar à crescente geração eólica e solar, além da demanda de data centers e plantas de hidrogênio verde (H2V).
O Operador Nacional do Sistema (ONS) discute essas questões no Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo (PAR/PEL), que abrange 2025 a 2029. As soluções dependem da estratégia aprovada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e do sucesso dos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A capacidade instalada de energia no Brasil atinge 240 mil megawatts (MW), enquanto a demanda máxima é de cerca de 108 mil MW este ano. Contudo, a necessidade de atender a demanda real pode trazer complicações.
Para lidar com a transmissão, o ONS planeja expandir a rede de 28.375 quilômetros em mais de 16% até 2029, para acomodar o crescimento anual de cerca de 3GW no horário de pico.
Entretanto, desafios específicos surgem com o crescimento de data centers e da produção de hidrogênio, que exigirão soluções para evitar impactos negativos no sistema. O operador destaca a importância de conexões robustas e a continuidade no fornecimento de energia.
A Aneel reconhece que um aumento significativo na carga pode causar reversões de fluxo de potência nas interligações entre subsistemas e exigir ampliações regionais.
A AudElétrica, vinculada ao Tribunal de Contas da União, aponta que os data centers consomem energia continuamente, o que pode desestabilizar o equilíbrio entre oferta e demanda.
A crescente geração de energia eólica e solar, prevista para representar 23% da capacidade instalada em 2028, também impacta o sistema de transmissão. O ONS impõe cortes conhecidos como “curtailment”, gerando prejuízos e processos judiciais.
Enquanto novas tecnologias, como superbaterias, não forem implementadas e a destinação de energia não for otimizada, os cortes continuarão. A Engie Brasil Energia ressalta a contradição entre desligar fontes renováveis no Nordeste enquanto aciona termelétricas no Sudeste.
Para resolver os problemas exigirá tempo e investimento.