Transição ou adição energética? Mudanças no mundo aquecem debate
Especialistas discutem a necessidade de equilibrar a transição e adição energética para atender ao aumento da demanda por energia até 2050. A urgência climática e a interdependência geopolítica complicam o panorama das fontes energéticas futuras.
Demanda global por energia deverá crescer 23% até 2050, conforme o World Oil Outlook 2025. Isso levanta questões sobre como atender aos futuros consumidores sem exacerbar o aquecimento global.
A capacidade instalada de fontes renováveis precisará de 7,3 TW adicionais em seis anos para atender às metas climáticas, mas os planos atuais deixarão uma lacuna de 3,8 TW até 2030. O debate sobre transição versus adição energética se intensifica.
No ano de 2024, os investimentos em transição energética atingiram US$ 2,1 trilhões, com 582 GW de geração limpa adicionados, o maior da história. Em contrapartida, o uso de fontes emissoras de CO2 superou níveis de dez anos atrás, e os subsídios ao setor somaram US$ 1,3 trilhão em 2023.
O pesquisador Shigueo Watanabe Jr destaca a urgência de uma transição sem manter os níveis de consumo de petróleo e gás para evitar a mudança climática. Izabella Teixeira ressalta a interdependência geopolítica e a diversidade na capacidade de transição dos países.
A guerra na Ucrânia afetou a segurança energética, levando a um amadurecimento do debate sobre transição energética e desenvolvimento econômico. Rosana Santos menciona a necessidade de garantir segurança de abastecimento enquanto se aumenta a capacidade de fontes renováveis.
David Zylbersztajn observa que a transição envolve adições, com um recorde em combustíveis fósseis e produção de fontes renováveis. Ele ressalta que a segurança energética tem prevalecido e que mudanças rápidas nas matrizes energéticas são improváveis em países dependentes de fósseis, como Índia e África do Sul.