Traficantes ligados aos houthis vendem armas no X e no WhatsApp
Traficantes de armas exploram plataformas digitais para burlar sanções internacionais, promovendo a venda de equipamentos militares sofisticados. O relatório do TTP revela a operação aberta de contas ligadas aos houthis no X e no WhatsApp, destacando lacunas na moderação de conteúdo das empresas.
Traficantes de armas ligados aos houthis, do Iêmen, estariam usando o X (ex-Twitter) e o WhatsApp Business para vender armas de guerra, em violação às políticas dessas empresas e sanções internacionais.
Um relatório do TTP (Tech Transparency Project), divulgado em 15.jul.2025, identificou 130 contas no X sediadas no Iêmen oferecendo rifles, metralhadoras e outros equipamentos militares, muitas delas com emblemas porto-houthi.
Apesar das políticas do X e da Meta proibirem a venda de armas, as atividades ilegais continuam. Mais da metade das contas no X foram criadas após a aquisição pela Elon Musk em 2022. Muitas utilizam recursos premium, como vídeos longos e categorias como “loja de armas”.
No WhatsApp, contas comerciais vinculadas a perfis do X ofereciam catálogos de armas, incluindo rifles M4 e pistolas Glock com símbolos dos EUA. O TTP constatou que 28 dessas contas mencionavam a compra e venda de armas em suas descrições.
A Meta afirmou que não tem acesso ao conteúdo das mensagens devido à criptografia, mas analisa catálogos e perfis, enquanto as contas permanecem ativas.
O relatório alerta que as armas à venda podem vir de estoques abandonados dos EUA no Afeganistão, alimentando o mercado ilegal. Os houthis, considerados uma organização “terrorista” pelo EUA, intensificaram ataques no Mar Vermelho e apoiaram ações iranianas contra os EUA.
Os autores do relatório acreditam que a situação representa um fracasso das plataformas em aplicar suas regras, gerando risco à segurança internacional ao permitir que um grupo armado opere e lucre nas maiores redes sociais.