Tiros na cabeça e no peito: o assassinato de crianças em Gaza
Investigação revela que ataques israelenses resultaram em numerosas mortes de crianças em Gaza, incluindo os trágicos casos de Mohamed al-Majdalawi e sua filha de dois anos, Layan. Análise de evidências aponta para possíveis violações graves do direito internacional durante os combates.
Aviso: Esta reportagem contém descrições de mortes de crianças e imagens perturbares.
Um vídeo da Al Araby TV mostra uma criança pequena e um homem mortos em Gaza, alvos de franco-atiradores israelenses.
Os identificados são Mohamed al-Majdalawi e sua filha de dois anos, Layan. Ambos foram mortos em 9 de novembro de 2023, após deixarem um abrigo.
A BBC apurou que mais de 160 crianças foram baleadas na guerra em Gaza desde outubro de 2023. Israel proíbe a entrada de jornalistas, dificultando investigações.
A mãe de Layan, Sorayya, e seus irmãos relataram o ataque. Eles saíram da escola, seguiram a indicação de um morador e foram atingidos por tiros ao tentarem escapar de um tanque.
Shahd, irmã de Layan, tentou ajudar, mas foi atingida por um tiro no braço. Ela e sua mãe nunca mais viram o pai e a irmã.
Ciências de imagens e análises indicaram que as vítimas foram atingidas por disparos diretos. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que danos acidentais podem ocorrer durante o combate.
Outro caso analisado é o da Mira Tanboura, de seis anos, atingida por um franco-atirador. Seu pai afirma que a família havia sido orientada a utilizar uma rota segura.
De acordo com testemunhas, não havia combates nas proximidades no momento dos disparos. As FDI afirmaram que alegações de danos seriam investigadas.
A BBC também entrevistou médicos que relataram um número significativo de crianças atingidas. Ao menos 90 crianças morreram entre os casos analisados.
Desde o início da guerra, estima-se que 50 mil crianças foram mortas ou feridas em Gaza. As famílias que perderam filhos não têm esperança de justiça.
Os corpos de Layan e Mohamed permaneceram expostos por dias, e foram enterrados por vizinhos durante um breve cessar-fogo. A família não sabia da existência do vídeo até ser contatada pela BBC.