The Economist: Como seria uma crise do dólar?
A instabilidade do dólar reflete a crise de confiança na economia americana, exacerbada pela guerra comercial e pela gestão fiscal. Enquanto o governo busca soluções, o risco de uma desvalorização acentuada da moeda aumenta, afetando o sistema financeiro global.
Queda do Dólar e Crise de Credibilidade nos EUA
O dólar americano caiu mais de 9% desde janeiro, com dois quintos dessa perda acontecendo após 1º de abril, apesar do aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro. A queda é um sinal de que investidores estão se afastando do dólar, visto como cada vez mais arriscado.
Por décadas, ativos americanos foram considerados pilares das finanças globais, mas a guerra comercial de Trump e o aumento das tarifas trouxeram incerteza econômica, levando os EUA à beira da recessão.
A posição fiscal dos EUA se deteriorou, com dívidas líquidas em 100% do PIB e deficits orçamentários crescentes. O Congresso aprovou um projeto que pode acrescentar US$ 5,8 trilhões em déficits na próxima década.
A incapacidade da administração Trump de governar com coerência levanta dúvidas sobre a credibilidade dos EUA. Isso gera um prêmio de risco para ativos americanos e a possibilidade de uma crise total no mercado de títulos.
O Federal Reserve enfrenta um dilema, podendo precisar intervir para estabilizar a economia sem dar a impressão de financiar uma dívida não confiável.
Se a crise não for gerida, a queda da influência do dólar pode ter consequências globais significativas. O mundo não possui alternativas que superem a estabilidade do dólar, o que faria a economia global sofrer severamente.