Testemunhas de ex-assessor de Bolsonaro faltam à audiência de depoimentos no STF

Testemunhas de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, não compareceram à audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (16). Martins é réu por tentativa de golpe de Estado, e a defesa alegou falta de tempo para confirmar a presença dos indicados.

O ministro Alexandre de Moraes autorizou depoimentos de nomes como o delegado da Polícia Federal Fábio Shor, os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica e a embaixadora Stella Burda. Eles devem prestar depoimento até 21 de julho.

No entanto, foram negados os depoimentos dos deputados Onyx Lorenzoni, Eduardo Girão e Marcel van Hattem, além de diplomatas estrangeiros, por falta de relação com os fatos da acusação.

Os advogados de Martins desistiram também de colher depoimentos de senadores e alguns diplomatas.

Nesta audiência, Moraes ouviu duas testemunhas do "núcleo dois" da trama golpista: o ex-ministro Gonçalves Dias e o senador Ciro Nogueira. Dias confirmou ter recebido informes de segurança da Abin e ativado o "Plano Escudo do Planalto", mas não tinha detalhes sobre as tropas. Nogueira disse que Martins não participava de reuniões com autoridades, apenas auxiliava na agenda do presidente.

Filipe Martins, Marcelo Câmara e Mário Fernandes fazem parte do núcleo que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), gerenciava ações para manter Bolsonaro no poder.

Desde segunda-feira (14), o STF ouve testemunhas dos núcleos dois, três e quatro, com previsão de término para 23 de julho. Depoimentos já incluem testemunhas indicadas pela PGR e o tenente-coronel Mauro Cid.