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Testemunha confirma que governo Bolsonaro mapeou locais de votação em Lula

Clebson Ferreira de Paula Vieira revela que recebeu ordens para analisar a distribuição da PRF durante as eleições, levantando suspeitas de manipulação eleitoral. O depoimento ocorre no contexto do processo em que Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Ex-analista de inteligência Clebson Ferreira de Paula Vieira depôs à Justiça sobre encomendas recebidas relacionadas à Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições de 2022. As ordens vieram da então secretária de Segurança Pública, Marília Ferreira de Alencar.

No depoimento, Vieira afirmou que recebeu dois pedidos: análise de dados de votos e distribuição da PRF para decisões estratégicas. Ele suspeitou de uso eleitoral dos dados pedidos, indicando enviesamento nas solicitações superiores.

Um dos pedidos incluía avaliar correlações entre votos em Lula e áreas dominadas pelo Comando Vermelho, especialmente após um evento de campanha no Complexo do Alemão. O resultado dessa análise foi inconclusivo.

Um relatório do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte aponta indícios de que as blitze da PRF poderiam ter atrasado eleitores em outubro de 2022, com foco no Nordeste, onde Lula teve maior apoio.

A PRF realizou 560 operações durante o segundo turno, fiscalizando 2.185 ônibus no Nordeste, o que é consideravelmente superior a outras regiões, conforme relatório do Ministério da Justiça.

A defesa de Silvinei Vasques, à frente da PRF, alegou que as operações foram parte de trâmites normais e planejadas a partir de demandas locais, ratificadas por chefes das seções de operações.

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