Teste de perda olfativa antecipa diagnóstico de demência
Especialista defende utilização de testes olfativos como ferramenta para diagnóstico precoce de demência. Iniciativa pode reduzir custos e melhorar a eficiência do sistema de saúde no Brasil.
Testes de capacidade olfativa podem ajudar no diagnóstico precoce de doenças degenerativas e reduzir custos de saúde pública, segundo o otorrinolaringologista Márcio Nakanishi.
Nakanishi revela que o olfato, em combinação com outros fatores, pode ser um excelente biomarcador para a demência, prevendo riscos com 5 a 10 anos de antecedência.
Ele propõe a massificação de testes modernos para detectar a perda olfativa no sistema de saúde do Brasil. O HUB-UnB é o primeiro hospital público a usar o DSD (Dispositivo de Fragrância Digital), que mede a capacidade olfativa.
O teste é realizado em 12 minutos e utiliza um banco de dados para registrar resultados em tempo real. O especialista afirma que o SUS pode se beneficiar da qualidade e eficiência que o DSD oferece na atenção primária.
Nakanishi destaca a importância de preparar políticas públicas para o envelhecimento populacional, já que a demência é uma síndrome que compromete funções cognitivas.
O olfato está diretamente relacionado a áreas do cérebro afetadas pela demência, tornando-se perceptível antes de outros sintomas. Um estudo da JAMA indica correlação entre a perda olfativa e mortalidade em idosos.
Resultados sugeriram que uma resposta incorreta em testes olfativos pode aumentar o risco de morte em 6% a 28% nos anos seguintes.
O Ministério da Saúde aponta que 1,8 milhão de brasileiros convivem com demência, número que deve triplicar até 2050, totalizando 5,7 milhões de casos.
Um estudo da FMUSP sugere que 54% dos casos de demência na América Latina poderiam ser evitados, considerando 12 fatores de risco identificados.
Em agosto de 2024, a revista The Lancet adicionou mais dois fatores: colesterol alto e perda de visão não corrigida.