Tesouro vê dívida bruta em deterioração com previsão pior para juros, câmbio, inflação e fiscal
Dívida bruta do governo deve seguir em alta até 2028, com projeções mais pessimistas em relação ao relatório anterior. O Tesouro justifica os novos dados pela elevação das taxas de juros, câmbio e inflação.
Tesouro Nacional projeta alta na dívida bruta do governo geral até 2028. A previsão é que a dívida alcance 79% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, subindo para 84,3% do PIB em 2028, antes de apresentar uma leve queda nos anos seguintes.
Em 2035, a dívida bruta deve cair para 82,9% do PIB, segundo relatório de projeções fiscais.
As novas projeções mostram uma deterioração na comparação com os dados de dezembro de 2024, quando a dívida foi prevista para atingir 81,8% do PIB em 2027, seguido de uma queda progressiva até 75,6% do PIB em 2034.
Segundo o Tesouro, a alta nas projeções se deve a parâmetros macroeconômicos mais restritivos, como taxas de juros e inflação elevadas. O resultado fiscal também é considerado menos superavitário em relação ao relatório anterior.
Atualmente, a dívida bruta atinge 76,1% do PIB, conforme dados do Banco Central.
Agentes de mercado expressam ceticismo quanto à capacidade do governo em estabilizar a dívida pública, especialmente após o aumento das taxas de juros pelo Banco Central. A pesquisa do relatório Prisma do Ministério da Fazenda projeta que a dívida bruta fechará 2023 em 80% do PIB e poderá alcançar 84,1% do PIB em 2026.