Tesouro reduz ritmo de emissão em julho em função de cenário mais adverso
Redução nas emissões de dívida pública reflete incertezas econômicas após a tarifa de Donald Trump. Tesouro se mostra confortável com o volume de reservas, mas admite a necessidade de um ambiente favorável para futuras operações.
Presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, impactando as emissões de títulos do Tesouro Nacional em julho.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, revelou que foram emitidos R$ 93 bilhões até agora, abaixo do planejado.
A nova composição das emissões é:
- 56% flutuantes
- 24% prefixados
- 20% indexados à inflação
Apesar da incerteza, Dias destacou que o Painel Anual de Financiamento (PAF) pode não ser revisado, pois o forte ritmo de emissões no início do ano compensa as reduções atuais.
Ele observou a possibilidade de aumentar as emissões no segundo semestre, dependendo do ambiente econômico e do apetite do investidor.
Sobre emissões externas, Dias afirmou que o Tesouro está confortável com suas reservas em dólares, suficientes para cobrir vencimentos por mais de 12 meses.
O Tesouro planeja gradualmente aumentar sua presença no mercado externo, com uma nova meta de participação da dívida cambial elevada de 5% para 7%.