Tesouro Direto: nem o 'tarifaço' derrubou a rentabilidade dos títulos em abril
Abril foi marcado por um cenário de volatilidade no mercado de títulos públicos, com altas e baixas acentuadas nas taxas. Apesar das incertezas globais, muitos papéis encerraram o mês com rentabilidade positiva, apresentando oportunidades para novos investidores.
Encerramento de abril e o mercado de títulos públicos
Abril termina nesta quarta-feira (30) com um mês atípico para o mercado de títulos públicos. Apesar das tensões comerciais iniciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, todos os principais papéis fecharam em alta.
A volatilidade foi significativa: o título prefixado com vencimento em 2028 começou pagando 14,71% e encerrou em 13,48%, resultando em uma rentabilidade de 3,98%.
Os agentes do mercado temiam os impactos das guerras tarifárias na economia global. Camilla Dolle, analista da XP Investimentos, aponta que os títulos atrelados à inflação (IPCA+) com vencimentos de pelo menos cinco anos oferecem retornos atrativos e são recomendados.
A atual taxa de juros é alta, mas prejudica quem comprou papéis a taxas menores e pretende vender antes do vencimento. Os títulos prefixados enfrentam deterioração na percepção de risco fiscal no Brasil e estacionaram abaixo da taxa Selic de 14,25%.
No geral, o mercado permanece cauteloso com os prefixados, já que novas altas de juros são previstas.
Números de abril:
- Título prefixado de 2032: +6,34% de rentabilidade.
- Título com vencimento em 2035: +5% de rentabilidade.
- Títulos atrelados à inflação: +2,64% (vencimento em 2029), +1,13% (2040), +1,36% (2050).
O ideal é manter o investimento até o vencimento para evitar perdas. A volatilidade afetará apenas os que resgataram antes do término, garantindo-se o retorno acordado na compra.