Tesouro avalia emitir ‘panda bonds’ para diversificar, diz Ceron
Brasil considera emitir títulos soberanos em yuan para diversificar sua dívida e atender à demanda crescente de empresas no mercado chinês. O secretário do Tesouro Nacional afirma que não há prazo definido, mas o apetite externo continua forte.
Brasil considera emissão de títulos em yuan, conforme declaração de Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional.
A estratégia envolve a emissão dos chamados "panda bonds", visando a diversificação da dívida brasileira e a criação de referência para empresas nacionais.
Não há, contudo, prazo definido para essa iniciativa. Ceron destacou que está em análise uma curva de aprendizagem e o custo de captação.
O apetite das empresas pelo mercado chinês é crescente. A Suzano, por exemplo, emitiu R$ 960 milhões em panda bonds no final do ano passado.
O secretário anunciou que o Tesouro realizará novas captações este ano, após a emissão de US$ 2,75 bilhões em títulos em dólares, com vencimento em 2030 e 2035, que teve a maior demanda desde 2018, superando em mais de quatro vezes a oferta.
Ceron não descarta a possibilidade de continuar com a emissão de títulos sustentáveis. Ele afirmou que o Brasil está bem posicionado para investidores estrangeiros, mesmo com a dívida pública crescente. A situação econômica mundial é semelhante, minimizando o impacto.
Sobre a recente mudança de perspectiva da Moody’s, de positiva para estável, Ceron acredita que isso não prejudica as novas emissões, pois a economia brasileira apresenta desempenho melhor que a nota sugere.