Tesla pode perder US$ 1,2 bi com pacote de Trump que Musk chamou de “abominação”
A proposta de reforma tributária pode afetar drasticamente os lucros da Tesla, evidenciando a luta de Elon Musk para preservar incentivos fiscais cruciais para a empresa. Além disso, a nova legislação também ameaça o crescimento do mercado de veículos elétricos nos Estados Unidos.
Crédito fiscal em risco pode afetar Tesla: a proposta de reforma tributária do presidente dos EUA, Donald Trump, prevê a eliminação do crédito de até US$ 7.500 para compradores de veículos elétricos, incluindo modelos da Tesla, até o final deste ano.
Analistas do JPMorgan estimam que essa medida pode reduzir o lucro anual da Tesla em cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,7 bilhões).
Elon Musk, desde que deixou sua função na Casa Branca, tem feito lobby contra o projeto, chamando-o de uma “abominação repugnante”. Ele busca apoio entre parlamentares republicanos, incluindo Mike Johnson, presidente da Câmara.
A empresa também enfrenta outra ameaça com uma lei do Senado que pode resultar em US$ 2 bilhões em perdas de créditos regulatórios, segundo o JPMorgan.
Essas mudanças colocam em risco cerca de metade dos US$ 6 bilhões estimados em lucro operacional (EBIT) para a Tesla este ano, conforme relatório de Ryan Brinkman.
A proposta da Câmara ainda inclui o fim antecipado de incentivos à produção de energia limpa e restrições no uso de componentes chineses, o que tornaria os créditos inviáveis.
A divisão de energia da Tesla critica a proposta, alertando que isso pode comprometer a segurança energética dos EUA e a estabilidade da rede elétrica.
Os incentivos em questão foram criados durante o governo Biden, visando aumentar a produção nacional de baterias e veículos elétricos. A Tesla tem forte presença nos EUA, com fábricas na Califórnia e Texas, além de refinarias de lítio.
Desde a adoção dessas políticas, as vendas de veículos elétricos nos EUA aumentaram 7,3% em 2024, alcançando um recorde de 1,3 milhão de unidades, segundo a Cox Automotive.