Ter preferência política não é crime, diz defesa de Marília Alencar
Advogado argumenta que a delegada atuou dentro de suas funções sem intenção de fraudar eleições. Marília Ferreira de Alencar enfrenta acusações relacionadas a um suposto golpe de Estado pós-eleições de 2022.
Eugênio Aragão, advogado de Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF, afirmou ao STF que “ter preferência política não é crime”.
Ele argumentou que os posicionamentos pessoais de Marília não afetaram suas funções e que ela apenas cumpria seu trabalho.
Aragão, ex-ministro da Justiça, defendeu a inocência da delegada, que é acusada de elaborar um relatório à PRF para montar blitzes e impedir eleitores de Lula de votarem no 2º turno das eleições de 2022.
Ele destacou que o objetivo do relatório era identificar áreas de possível confronto entre eleitores e não impedir o voto.
A defesa ressaltou que não teve acesso ao pen drive do documento e questionou sua origem, mencionando declarações de um policial militar.
No dia 8 de janeiro, Marília, como subsecretária da SSP-DF, foi acusada de “omissão” durante os ataques aos Três Poderes.
O interventor federal, Paulo Capelli, relatou que Marília auxiliou as agências de inteligência das Forças de Segurança.
Ela é a única mulher denunciada no inquérito sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022, que também envolve planos para assassinar Moraes, Lula e Geraldo Alckmin.
A 1ª Turma do STF está julgando, nos dias 22 e 23 de abril, se aceita a denúncia da PGR contra seis acusados de gerenciar o grupo de 34 pessoas envolvidas na tentativa de golpe.
Se aceita, iniciará uma ação penal, ouvindo testemunhas e permitindo alegações finais das defesas antes de um veredito.
Bolsonaro e mais sete já foram julgados e se tornaram réus, enquanto outros julgamentos ainda estão por vir.