Tenente-coronel admite ao STF plano de prisão de ministros da Corte, mas diz que era ‘hipotético’
Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima se defende no STF, afirmando que plano com sugestões de prisões de ministros foi apenas uma simulação interna. A Procuradoria-Geral da República contesta, apontando indícios de planejamento para a tentativa de golpe de Estado.
Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), defendendo que o plano de golpe de Estado, com sugestões de prisões de ministros, era apenas um exercício interno de simulação do Exército, não uma proposta operacional.
Lima, integrante do grupo "kids pretos", afirmou que o “Desenho Operacional Luneta” – encontrado em um pen drive em sua casa – fazia parte de um trabalho no âmbito da 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre. O objetivo era antecipar cenários de possível fraude nas eleições presidenciais de 2022.
O plano previa, entre outras ações, a prisão de ministros do STF e a neutralização do ministro Alexandre de Moraes. Contudo, Lima argumentou que a interpretação da Procuradoria-Geral da República (PGR) é errada e que o documento não tinha respaldo superior, sendo apenas hipotético.
Ele afirmou que a proposta foi abandonada após instrução de seu chefe de inteligência, que decidiu focar em outras atividades. A PGR, por sua vez, considera que o documento evidencia um planejamento prévio para a tentativa de golpe, envolvendo ações de ruptura institucional.
Lima negou que despachou o plano para superiores e disse que qualquer ação teria requireido a aprovação de um general. Acusado de integrar o núcleo operacional da trama golpista, ele também participou de uma reunião em novembro de 2022, da qual negou qualquer conteúdo golpista.
Outros militares e um policial federal também foram interrogados nesta sessão do STF.