Tebet diz que PEC dos precatórios permite cumprir Orçamento sem mudar meta fiscal
A proposta de emenda à Constituição busca garantir o cumprimento da meta fiscal ao retirar os precatórios do teto de gastos. Com um mecanismo de transição de dez anos, a mudança promete abrir espaço fiscal, mas especialistas alertam para os riscos de endividamento dos governos regionais.
Ministra do Planejamento, Simone Tebet, comenta nova PEC dos precatórios
A PEC, aprovada na Câmara, busca garantir segurança jurídica e o cumprimento da meta fiscal a longo prazo.
Retira os precatórios do teto de gastos e propõe uma transição de dez anos para incluir esses valores na meta fiscal.
Possibilita um espaço de até R$ 12,4 bilhões no teto de gastos em 2026, mas ainda precisa passar pelo Senado.
Tebet afirmou: "Não há mudança de meta este ano ou no próximo." A ministra destacou o risco de insustentabilidade das contas públicas por conta dos precatórios.
Pelas regras anteriores, todos os precatórios deveriam entrar no limite de gastos a partir de 2027, mas acordo com o STF já removeu parte desse ônus, somando R$ 45,3 bilhões este ano.
Porém, a PEC prevê mudanças nas regras de pagamento de precatórios de estados e municípios, o que pode aumentar o endividamento regional, conforme especialistas.
Tebet acredita que a proposta será aprovada no Senado, pois "beneficia todos os governos". Reconhece que o impacto fiscal será neutro devido a pressões sobre despesas.
A ministra também mencionou um potencial gasto extra de R$ 12 bilhões em 2026 por mudanças da licença-maternidade para trabalhadoras autônomas.
Principais mudanças:
- Precatórios da União: A partir de 2026, saem do teto de gastos; a partir de 2027, entram na meta fiscal escalonadamente.
- Precatórios de estados e municípios: Desvinculação de receitas, percentuais entre 1% e 5%, a serem revistos em 2036.
- Previdência Social: Dívidas podem ser parceladas em até 300 meses com correção pelo IPCA.
- PIS e Pasep: Receitas dos regimes próprios de previdência não entram na base de cálculo.
- Fundos públicos e BNDES: Até 25% do superávit poderá ser usado em projetos estratégicos até 2030.