TCU aceita investigar contrato do governo com rede Minerva
Deputado questiona uso de R$ 54 milhões em projeto que monitora redes sociais e pode ter viés político. TCU irá investigar supostas irregularidades e falta de transparência no contrato com a Rede Minerva.
Investigação pelo TCU
O TCU (Tribunal de Contas da União) aceitou, em 11.jun.2025, o requerimento do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) para investigar o contrato com a rede Minerva.
Sanderson questiona o uso de R$ 54 milhões dos Ministérios da Justiça e da Saúde em um projeto que, segundo ele, monitora redes sociais e publicações críticas ao governo.
O Ministro Jhonatan Pereira de Jesus foi designado relator do caso no TCU.
A investigação foi motivada por uma reportagem do Estadão que ressalta o uso de parte do valor na coleta de publicações. O projeto é gerido pelo Ibict, que enviou exemplos de conteúdos monitorados.
“Embora o projeto tenha como justificativa oficial o combate à desinformação, investigações indicam que ele vem sendo utilizado para rastrear manifestações críticas”, afirma Sanderson.
Entre as irregularidades denunciadas estão:
- Transferências de recursos a pessoas sem qualificação adequada.
- Bolsa de R$ 7 mil concedida ao presidente do IBICT por carga horária reduzida.
- Viagem de pesquisador a Cuba com gastos de R$ 16,5 mil.
Exigências do deputado
O deputado pede:
- Suspensão imediata do contrato com a rede Minerva.
- Verificação da legalidade na aplicação dos recursos.
- Apuração de responsabilidades e divulgação dos relatórios do projeto.
Sanderson conclui: “A sociedade tem o direito de saber como cada centavo dos seus impostos está sendo utilizado”.
O Poder360 tentou contato com a Secom e a rede Minerva, mas não obteve respostas.
A iniciativa, iniciada em 2023, visa monitorar fake news, já recebeu R$ 10,5 milhões e enfrenta críticas sobre sua falta de transparência.
O projeto se insere numa estratégia do governo Lula para regular redes sociais, incluindo propostas de leis que podem limitar plataformas digitais.