Taxas curtas dos DIs sobem com fiscal no foco e longas cedem após inflação nos EUA
Taxas do DI de curto prazo sobem com tensão fiscal, enquanto taxas longas acompanhando queda dos Treasuries refletem otimismo com inflação nos EUA. A audiência pública do ministro da Fazenda intensificou os movimentos no mercado financeiro, à espera de decisão do Copom.
Taxas dos DIs de Curto Prazo em Alta: nesta quarta-feira, em meio às negociações do pacote fiscal do governo Lula, as taxas de DIs (Depósito Interfinanceiro) para curto prazo subiram, enquanto as taxas longas recuaram.
A taxa do DI para janeiro de 2026 encerrou em 14,88%, subindo em relação a 14,84% da sessão anterior. Para janeiro de 2027, a taxa foi a 14,21%, com alta de 7 pontos-base.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 foi 13,67% e para janeiro de 2033 ficou em 13,73%, ambos em baixa.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que a inflação (CPI) subiu apenas 0,1% em maio, abaixo das expectativas. A inflação anual ficou em 2,4%.
Os rendimentos dos Treasuries caíram após os dados, impactando as taxas dos DIs mais longos. Gustavo Jesus, da RGW Investimentos, destacou que o fechamento da curva longa do Brasil se deve ao desempenho positivo do CPI.
Na ponta curta, as taxas permaneceram em alta devido ao pacote fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou na Câmara sobre medidas tributárias para aumentar a contribuição de pessoas com renda mais alta.
Apesar de tumultos na audiência, as taxas curtas continuaram subindo. Economistas apontaram que as perspectivas de crescimento econômico e as dificuldades fiscais sugerem que o Banco Central pode aumentar a Selic, atualmente em 14,75%.
As apostas sobre a próxima reunião do Copom estão divididas: 50% de chance de aumento de 25 pontos-base, e 48% de manutenção.
Com dados favoráveis do CPI e o avanço nas negociações EUA-China, o dólar também caiu no Brasil. O rendimento do Treasury de 10 anos estava em 4,414%, com uma queda de 6 pontos-base.