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'Taxar ricos pode reduzir competitividade do Brasil', diz Henrique Meirelles, chefe do BC no governo Lula

Proposta de tributação dos super-ricos deve ser analisada pela Câmara em agosto. Ex-ministro Henrique Meirelles alerta para possíveis efeitos negativos na competitividade do país.

A proposta do governo brasileiro para aumentar a tributação sobre os super-ricos será analisada na Câmara dos Deputados em agosto. A medida visa atingir quem tem renda anual a partir de R$ 600 mil e afetará cerca de 140 mil contribuintes.

A proposta prevê uma alíquota que cresce conforme a renda. Aqueles que ganham perto de R$ 50 mil pagariam quase zero, enquanto os que têm rendimentos superiores a R$ 100 mil mensais pagariam até 10%.

A reforma já foi aprovada em comissão e deve ser discutida no plenário em breve.

O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, alerta para os riscos de alíquotas mínimas elevadas, que podem afetar a competitividade do Brasil. Ele cita que o país já tem uma das maiores cargas tributárias entre os emergentes.

Meirelles enfatiza que países com alta tributação, como os do norte da Europa, oferecem muitas vantagens para seus cidadãos, mas não são grandes competidores no comércio internacional.

A reforma do IR é uma promessa do governo Lula e seu debate se estende a foros internacionais, como o G20 e Brics. Um estudo de 2024 aponta que os ricos no Brasil pagam uma alíquota semelhante à de pessoas de classe média, evidenciando uma tributação regressiva.

Nos EUA, investigações mostram que bilionários como Jeff Bezos e Elon Musk pagaram zero impostos em anos, destacando as inconsistências na tributação. Já no Reino Unido, os ricos pagam alíquotas mais altas do que no Brasil e nos EUA, contribuindo significativamente para a receita tributária.

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