Taxação do Brasil: Misturar política com tarifas representa risco ao Estado de Direito, diz jurista americano
Especialistas dos EUA criticam decreto de Trump que impõe tarifas a produtos brasileiros, apontando ilegalidade e motivações políticas. Aumento da liberdade tarifária do Executivo é visto como uma ameaça ao Estado democrático de direito.
Medidas tarifárias de Trump colocam democracia em risco
Especialistas nos EUA afirmam que as medidas tarifárias motivadas por questões políticas ameaçam o estado democrático de direito. O decreto que impõe taxação de 50% sobre produtos brasileiros, apesar de exceções, é considerado ilegal.
Os advogados destacam que a justificativa para a taxação, baseada em supostas violação a direitos e a “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, não é válida para justificar uma ação sob a Lei de Emergência (Ieepa).
Ilya Somin, jurista da George Mason University, critica a ampla delegação de poder a Trump e questiona a razoabilidade das acusações contra Bolsonaro, afirmando que não representam uma ameaça extraordinária à segurança nacional.
A Justiça americana já suspendeu tarifas anteriores impostas por Trump, mas o governo recorreu. Uma audiência federal em Washington foi realizada recentemente; a decisão ainda não tem previsão de divulgação.
Críticas à interpretação da Ieepa
Daniel Cannistra, advogado, ressalta que as tarifas são ilegais e já foram desacreditadas por tribunais. Somin argumenta que o uso da Ieepa para sanções contra qualquer nação, por razões “absurdas”, resulta em poder executivo excessivo.
A tentativa de Trump de punir o Brasil por razões políticas ilustra os riscos ao Estado de Direito. Políticas tarifárias devem ser claras e estáveis, sem caprichos pessoais do presidente.
O decreto também menciona preocupações sobre a atuação do Brasil com grandes plataformas de tecnologia, mas Somin argumenta que isso não configura uma ameaça significativa à segurança nacional.
Cannistra acrescenta que processos legais adequados precisam ser seguidos para justificar tarifas relacionadas às big techs.