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Taurus tem estoque para 90 dias nos EUA se tarifaço de Trump ocorrer, diz CEO global

Taurus se prepara para possível sobretaxa de 50% nos EUA ao estocar produtos no país. A empresa, que depende fortemente do mercado americano, busca soluções diplomáticas para evitar impactos financeiros e operacionais.

Taurus, a maior fabricante de armas do Brasil, formou um estoque nos Estados Unidos devido à possibilidade de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, que pode entrar em vigor em 1º de agosto.

O CEO Salesio Nuhs comentou que essa medida foi precaução tomada em maio para garantir o abastecimento do mercado americano por 90 dias.

A Taurus opera uma fábrica na Geórgia, que foi transferida da Flórida em 2019, e considera a sobretaxa como um embargo comercial, dada a competitividade no mercado americano. As exportações para os Estados Unidos representam 82,5% do faturamento da empresa, que foi de R$ 1,6 bilhão em 2024.

Nuhs esteve em Brasília com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Defesa José Mucio para discutir a importância estratégica da Taurus, além de negociações com o governo americano e o Estado da Geórgia.

A empresa pede a eliminação da tarifa ou a prorrogação do prazo. Nuhs enfatizou a Taurus como uma geradora de empregos e tecnologia.

A Taurus possui três unidades de produção: uma em São Leopoldo (RS), uma na Geórgia e outra na Índia, que começou a operar em 2024. A empresa admite que, se a tarifa for ampliada, poderá reduzir a produção no Brasil e reforçar a operação na Geórgia.

Atualmente, a capacidade de produção no Brasil é de 7.000 armas por dia, produzindo 3.500, enquanto a unidade da Geórgia tem capacidade para 3.000 armas, produzindo 2.000.

As ações da Taurus caíram 7,87% na B3 após declarações sobre a possível transferência de operações para os EUA, mas Nuhs reafirmou que a empresa não sairá do Brasil. O faturamento da Taurus caiu de R$ 195 milhões no primeiro trimestre de 2022 para R$ 18,6 milhões em 2025.

O crescimento de 2021 e 2022 foi resultado de uma reestruturação e do lançamento de produtos militares, além de incentivos fiscais na fábrica da Geórgia. Contudo, o setor registrou desaceleração em 2023 e 2024, impactando o mercado americano.

O governo brasileiro está buscando uma solução diplomática, enquanto o chanceler Mauro Vieira se prepara para possíveis negociações em Washington.

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