Tarifas vão “bagunçar” trabalho do Fed, diz Galípolo
Galípolo alerta que as tarifas de Trump podem prejudicar a estabilidade econômica nos EUA. O presidente do BC defende o trabalho do Fed em controlar a inflação e destaca a importância da autonomia do Banco Central.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou que o tarifaço de Donald Trump pode “bagunçar” o trabalho do Fed, que estava alcançando uma “aterrissagem suave” com inflação em queda.
Galípolo fez essas declarações durante uma audiência na CAE do Senado para discutir política monetária.
Ele elogiou Jerome Powell, presidente do Fed, por sua gestão durante crises e pela estabilidade monetária. Destacou a convergência da inflação para a meta e a economia aquecida.
Galípolo mencionou incertezas sobre pressões inflacionárias e ressaltou que o cenário internacional é o “vetor principal” dos preços de mercado.
A inflação oficial do Brasil é de 5,48% em 12 meses, acima do centro da meta de 3%. O Banco Central prevê descumprir a meta em junho, com expectativa de 5,57% em dezembro.
Em março, a Selic foi elevada para 14,25% ao ano, e uma nova alta pode ocorrer na próxima reunião do Copom em maio, podendo chegar a 15%, maior taxa desde 2006.
O atual Copom possui maioria de integrantes nomeados por Lula, com apenas 2 indicados por Bolsonaro. Galípolo controversamente assumiu a responsabilidade pela decisão de alta da Selic, contrariando o ministro Fernando Haddad.
Durante a audiência, um grupo criticou a PEC 65 de 2023 que busca ampliar a autonomia do Banco Central, protestando com camisetas e adesivos.