Tarifas sobre aço de Trump devem aumentar os custos de importação em R$ 560 bi
Aumento das tarifas de aço e alumínio nos EUA pode elevar custos totais em mais de US$ 100 bilhões. Especialistas alertam para impactos incertos no comércio global e na produção interna.
Aumento nas tarifas de aço e alumínio nos EUA pode elevar custos em mais de US$ 100 bilhões (R$ 560 bilhões).
A medida, anunciada por Donald Trump, aumentou as tarifas para 50%, impactando produtos como tacos de beisebol e carros.
Segundo o Boston Consulting Group, o custo adicional anual será de US$ 52,6 bilhões (R$ 295 bilhões), alcançando um total de US$ 104 bilhões (R$ 582 bilhões) nas importações.
Isso é aproximadamente o dobro da previsão anterior de US$ 51,4 bilhões (R$ 287 bilhões) com tarifas de 25% implementadas em março.
Analistas indicam incertezas sobre o impacto no comércio devido às frequentes mudanças na política comercial de Trump.
A diretora financeira da Ford, Sherry House, afirmou que a tarifa afetará principalmente peças com aço e alumínio, com impacto de US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bilhões) até 2025. A relação entre tarifas dos EUA e China pode equilibrar alguns custos.
Em 2023, Canadá e União Europeia lideram as exportações de metais para os EUA, enquanto a China e o México se destacam em aço e alumínio, respectivamente.
A Allianz Research projeta perdas de até US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bilhões) nas exportações do Canadá e impactos significativos para México e Coreia do Sul.
Produtores europeus veem a tarifa de 50% como uma proibição de importação, temendo redirecionamento do aço para a Europa.
A Comissão Europeia reportou aumento no volume de importações de aço e queda nos preços de produtos desde o início do ano.
As tarifas do primeiro mandato de Trump reduziram importações em 24% (aço) e 31% (alumínio), mas a produção interna cresceu modestamente, com elevações de preços de 2,4%% e 1,6%% respectivamente.
A produção nos EUA está sendo ampliada, mas a implementação de novas usinas levará tempo, com mais de US$ 20 bilhões (R$ 112 bilhões) investidos desde 2018.
A S&P Global Ratings prevê que o aumento nos custos pode reduzir lucros industriais em 5% a 10% até 2025, com empresas precisando repassar cerca de 2% em aumentos para manter a rentabilidade.