Tarifas nos EUA não mudam papel do Brasil na estratégia, diz Nissan

Tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, não impacta a estratégia da Nissan no Brasil.

A fábrica da montadora no país produz cerca de 400 veículos diariamente, focando principalmente no mercado interno, com exportações para a Argentina.

O novo Nissan Kicks, o carro mais vendido da marca no Brasil, começará a ser produzido em breve, centrando-se no Mercosul. O presidente da Nissan América Latina, Guy Rodríguez, confirmou: “Não temos planos de exportar veículos daqui para os EUA”.

A América Latina representa 15% das vendas globais da Nissan, com o Brasil contribuindo com 20% do volume.

A empresa acredita estar bem posicionada para competir com veículos chineses. O presidente da Nissan do Brasil, Gonzalo Ibarzábal, assegurou que têm capacidade para oferecer o nível de serviço desejado pelos brasileiros.

O novo Kicks não será elétrico ou híbrido, porém há planos de eletrificação futura. O foco atual é garantir o sucesso do produto com os investimentos já feitos.

O complexo industrial de Resende, inaugurado em 2014, passou por investimentos de R$ 2,8 bilhões e agora conta com 98 novos robôs e 297 novas vagas de emprego.

Rodríguez mencionou que um novo SUV será lançado e produzido no Brasil, servindo pelo menos 20 países da América Latina. A transformação de Resende em um hub de exportação é vista como crucial para o futuro da empresa.

Na cerimônia de lançamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, e anunciou a contratação de 400 novos funcionários para a fábrica, já adaptada para a nova produção.

Após a parceria com a Renault, a Nissan estava em conversas com a Honda para uma possível integração, mas as negociações foram suspensas. Contudo, a empresa permanece aberta a futuros diálogos.

A repórter viajou a convite da Nissan.