Tarifas deixam Corona mais cara nos EUA e alimentam pessimismo da cervejaria mexicana
Constellation Brands revisa expectativas financeiras para 2026 devido a novas tarifas e demanda fraca. A fabricante da Corona também anuncia a venda de marcas de vinhos para focar em produtos mais rentáveis.
Constellation Brands, fabricante da cerveja Corona, apresentou uma previsão pessimista para 2026, devido a novas tarifas nos Estados Unidos e demanda abaixo do esperado.
A empresa, uma das maiores do setor, espera um lucro entre US$ 12,33 (R$ 71,82) e US$ 12,63 (R$ 73,57), contrastando com a expectativa do mercado de US$ 13,39 (R$ 78) a US$ 15,29 (R$ 89).
Ela já enfrentava demanda fraca e agora lida com uma tarifa de 25% sobre cervejas importadas. Importando cervejas mexicanas populares, a fabricante tem capacidade de produção limitada.
No entanto, as ações subiram após Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas, beneficiando multinacionais.
A Constellation também revelou um lucro de US$ 2,63 (R$ 15,32) por ação no trimestre, superando a expectativa de US$ 2,29 (R$ 13,34). A receita foi de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,8 bilhões), ligeiramente acima do esperado.
No segmento de cervejas, as vendas líquidas permaneceram estáveis, mas as bebidas como Kim Crawford e Casa Noble cresceram 11% nas vendas.
Venda de Vinhos: A empresa anunciou a venda de marcas de vinhos mais baratos, como Woodbridge e Robert Mondavi, ao The Wine Group. A estratégia visa focar em vinhos de maior valor, visando economizar US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) nos próximos três anos.
Por fim, a Constellation registrou sua segunda queda consecutiva nas projeções de crescimento, e analistas alertam que o cenário pode forçá-la a absorver custos com tarifas, em vez de repassá-los aos consumidores. Isso ocorre em meio a uma tendência das gerações mais jovens de consumirem menos bebidas alcoólicas.