Tarifas de Trump sobre peças e automóveis atingem US$ 1,6 bi em exportações do Brasil
Tarifa de 25% sobre autopeças brasileiras levanta preocupação, já que representa 18% das exportações do setor. Governo Lula avalia medidas de retaliação enquanto impacta comércio bilateral.
Tarifas de 25% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, afetam mais de US$ 1,6 bilhão em exportações do Brasil, principalmente em autopeças.
A ordem executiva, publicada em 26 de março, visa estimular investimentos e empregos nos EUA. Essa medida antecede um imposto mínimo de 10% sobre todos os parceiros comerciais, incluindo o Brasil, anunciado em 2 de abril.
Os códigos dos produtos afetados foram divulgados apenas em 3 de abril. As exportações brasileiras de veículos montados para os EUA somaram apenas US$ 6,9 milhões, comparadas a US$ 4,4 bilhões em exportações globais. No entanto, o setor de autopeças é significativamente impactado, representando 18% das vendas internacionais atingidas pela tarifa.
Entre janeiro e março, o Brasil exportou aproximadamente US$ 411 milhões em componentes afetados. Especialistas afirmam que é cedo para calcular o impacto total, mas confirmam que o volume de comércio é considerável.
As tarifas sobre automóveis e peças não se acumulam à suspensão de 10% aplicada a todas as exportações do Brasil. O Brasil também enfrenta uma sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio, parte da guerra comercial iniciada por Trump.
O governo Lula considera a indústria metalúrgica fundamental, com exportações de US$ 3,5 bilhões em 2024. O imposto sobre automóveis entrou em vigor em 3 de abril, e as peças serão taxadas a partir de 3 de maio.
A administração Lula está avaliando como reagir às tarifas, com duas frentes:
- Enviar sinais públicos de disposição para retaliação;
- Avaliar o impacto das tarifas nas exportações brasileiras e abrir diálogo para cotas em aço e alumínio.