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Tarifas de Trump podem antecipar fim de aperto do BC, diz Megale, da XP

Economista aponta riscos de uma pausa na alta da Selic devido à recessão global impulsionada pelas tarifas de Donald Trump e suas consequências na inflação. A incerteza econômica pode levar o Banco Central a avaliar cuidadosamente os efeitos da política monetária antes de novos ajustes.

Possível recessão global pode interromper ciclo de altas do Banco Central, afirma Caio Megale, economista-chefe da XP.

Com tarifas de Donald Trump já retaliadas pela China, há uma expectativa de pausa nas altas de juros.

Megale destaca que uma recessão global pode reduzir a inflação de 3,7% para cerca de 3,5%. Embora essa taxa ainda supere a meta de 3%, a incerteza permanece até a próxima reunião do Copom.

Na última reunião, o Banco Central elevou a Selic para 14,25% ao ano e pode considerar um ajuste menor em maio. A expectativa é que a taxa atinja 15% até o fim do ano, segundo a pesquisa Focus.

Megale acredita que o BC está se preparando para uma pausa, já que as taxas estão em nível restritivo e o tempo é necessário para avaliar os efeitos da política monetária.

A XP prevê uma Selic de 15,50% ao final do ciclo, mas Megale sugere que a nova situação pode levar a uma taxa mais próxima de 15%.

Ele também menciona pressões vindas de programas de estímulo econômico e acredita que os juros devem se manter parados até, ao menos, o início de 2026.

A atividade doméstica ainda precisará absorver estímulos como o consignado privado e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas.

Megale afirma que os efeitos do consignado na economia ainda são incertos, mas espera um impacto relevante.

Por fim, o economista comenta sobre as eleições de 2026, ressaltando a necessidade de um ajuste fiscal mais profundo para estabilizar o endividamento.

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