Tarifas de Trump entram em vigor e causam mais perdas e alertas para o mercado
As tarifas impostas por Donald Trump intensificam a guerra comercial global, causando grandes impactos nos mercados financeiros. A China reage fortemente às medidas e promete resistir à pressão americana, enquanto outros países buscam formas de amortecer os danos econômicos.
Washington/Cingapura – As tarifas “recíprocas” do presidente Donald Trump entraram em vigor, incluindo taxas de 104% sobre produtos chineses, aprofundando a guerra comercial global.
Essas tarifas abalaram a ordem comercial global e aumentaram os temores de recessão, resultando em trilhões de dólares perdidos no valor das principais empresas.
O S&P 500 teve sua maior perda desde 1950, aproximando-se de um “bear market” (20% abaixo da máxima recente).
A turbulência afetou também títulos de referência globais, impulsionando vendas forçadas e preocupando investidores. Ações europeias caíam, enquanto futuros dos EUA sinalizavam mais dificuldades. Contudo, ações chinesas mostraram resistência devido ao apoio estatal.
Líderes da China devem se reunir para definir medidas que impulsionem a economia e estabilizem os mercados, após Trump quase dobrar as tarifas sobre importações chinesas em resposta a novas taxas de Pequim. A China classificou as ações dos EUA como chantagem.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, destacou a oposição de Pequim às tarifas: “Nunca aceitaremos esse tipo de intimidação”.
O banco central chinês não permitirá quedas acentuadas do iuan e pediu que bancos estatais reduzam compras de dólares. Os bancos da Nova Zelândia e da Índia cortaram juros, sinalizando ações mais amplas para mitigar o impacto das tarifas.
Trump, apesar das perdas, sinalizou que as tarifas poderiam ser permanentes mas também motivariam acordos. Ele mencionou interesse de outros países em negociações, incluindo a China.
Conversas estão agendadas com Coreia do Sul, Japão e a primeira-ministra da Itália. O ministro das Finanças da Alemanha alertou sobre riscos de recessão devido às tensões comerciais, com JP Morgan estimando 60% de chances de uma recessão global até o fim do ano.