Tarifas de Trump atingem países com orçamentos pressionados e é preciso colocar 'casa fiscal' em ordem, diz FMI
O FMI alerta sobre os efeitos negativos da guerra comercial na saúde fiscal global, com déficits e endividamento público crescendo. A análise destaca a necessidade de ajustes fiscais para enfrentar um cenário econômico desafiador até 2030.
FMI alerta para orçamentos pressionados devido à guerra comercial
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou hoje o seu Monitor Fiscal, apontando que muitos países enfrentarão orçamentos pressionados por conta da guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Em 2024, os países apresentaram um rombo médio de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), ligeiramente superior aos 4,9% do ano anterior. O endividamento público grosso aumentou para 92,3% do PIB, com expectativa de chegar a 95,1% em 2025.
O FMI recomenda um ajuste fiscal gradual para melhorar a situação fiscal dos países, que enfrentam legados de altos subsídios e despesas de pandemia.
Pior desempenho geral em 2024:
- Déficit médio das contas públicas de 5,1% do PIB.
- Endividamento público em média de 92,3% do PIB, 1 ponto percentual acima de 2023.
Projeções indicam que o déficit deve cair para 4,6% do PIB até 2030, mas a dívida continuará a crescer, atingindo 99,6% do PIB.
Impactos no Brasil:
- Dívida pública bruta pode chegar a 99,4% do PIB em 2029.
- Expectativa de aumento para 92% do PIB em 2025.
A guerra comercial também impacta as taxas de juros globais, elevando os custos para os países emergentes. O FMI alerta ainda para um cenário desafiador para a ajuda externa, especialmente para os países mais pobres, caso Trump retorne à Casa Branca e corte gastos com a US Aid.