Tarifas de Trump ameaçam aposta do Brasil em nova região produtora de laranja
Tarifas dos EUA comprometem expansão da produção de laranja no Nordeste brasileiro. Produtores temem impactos negativos no comércio global e nas exportações devido às novas tarifas propostas.
Indústria de laranja no Brasil enfrenta desafios com tarifas dos EUA
Após décadas de dificuldades devido a uma doença mortal, os produtores de laranja do Brasil, principal país produtor, estavam expandindo a produção no nordeste. No entanto, as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçam estagnar esse crescimento.
Os EUA dependem do Brasil para mais de 40% do suprimento de suco de laranja. A doença greening afetou mais de 44% dos pomares no sudeste e, assim, produtores do nordeste começaram a plantar mais, aproveitando os altos preços. Fernando França, um produtor de Sergipe, vendeu laranjas por valores duas vezes maiores que o normal.
A greening faz com que os frutos caiam prematuramente e a maioria das laranjeiras morre rapidamente após a infecção. A produção nos EUA deve cair para o menor nível desde 1930, devido a essa crise.
A queda habitual na produção global elevou os preços, chegando a US$ 5,4315 por libra em dezembro. Apesar da recente queda para US$ 3,2545, os preços ainda estão quase 40% acima da média dos últimos cinco anos.
O nordeste brasileiro tem clima favorável, atuando como uma defesa natural contra a greening. Os pequenos produtores do Nordeste responderam por cerca de 6% da produção brasileira na última safra.
Produtores como Cléber Bacamal esperam aumentar a produção, apostando em preços ainda mais altos. No entanto, as preocupações com as tarifas de 50% propostas por Trump geram incertezas. Se implementadas, podem prejudicar o comércio global e as exportações brasileiras.
Como consequência, os caminhões que antes buscavam as laranjas estão recuando, afetando a indústria emergente no nordeste.