Tarifaço, IOF e a busca por ativos alternativos

Reconhecimento de Mudanças no Mercado

É raro percebermos pontos de inflexão do mercado em tempo real. Recentemente, a dissociação do desempenho do bitcoin em relação a ativos tradicionais pode representar um momento significativo.

A desvalorização do dólar e a busca por ativos alternativos, como bitcoin e ouro, têm dominado o cenário financeiro. O bitcoin se valorizou acentuadamente em relação ao ouro, indicando seu potencial de se afirmar como um ativo independente.

Embora cautelosos em extrapolar tendências de curto prazo, evidencia-se que o bitcoin se consolida como um ativo alternativo e parte integrante do sistema financeiro global, sendo global, líquido e resistente a controles de capital.

Além disso, o governo dos EUA está considerando aumentar suas reservas de bitcoin, buscando apoio do Departamento do Tesouro e do Departamento do Comércio para a primeira compra desde março.

No Brasil, ativos digitais são centrais na discussão sobre o aumento do IOF, com stablecoins se destacando como uma alternativa para transferências financeiras mais baratas e rápidas. De acordo com a Receita Federal, stablecoins representaram a maior parte dos R$ 247,8 bilhões em operações de criptomoedas entre janeiro e setembro de 2024.

A regulamentação das stablecoins avança no Brasil, com o Banco Central anunciando mudanças nas propostas de regras após consulta pública. Essa iniciativa demonstra inovação e colaboração na construção das regras para ativos digitais, buscando proteger o mercado e fomentar o desenvolvimento do setor.

Exemplos dos EUA e Brasil mostram que as criptomoedas se solidificaram no sistema financeiro tradicional, provando sua relevância e potencial para atualizar estruturas econômicas globais ultrapassadas.

Autor: Fábio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase

E-mail: fabio.plein@coinbase.com