Tarifaço impulsiona investimentos de R$ 68 bilhões em mineração até 2029
Mineradoras brasileiras devem intensificar investimentos em eficiência e sustentabilidade em meio à guerra tarifária. Expectativa é de aumento nos aportes para enfrentar incertezas geopolíticas e fortalecer a competitividade no mercado global.
A guerra tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pode estimular as mineradoras brasileiras a aumentar investimentos em eficiência operacional e sustentabilidade.
Especialistas ressaltam a importância de investimentos no processamento mineral e no mapeamento do solo nacional para novas reservas.
Minerais estratégicos estão no centro das retaliações da China, que restringiu exportações para os EUA após tarifas sobre produtos chineses.
O setor mineral brasileiro planeja investir US$ 68,4 bilhões entre 2025 e 2029, destacando o minério de ferro com quase 30% do total.
Rafael Marchi, da A&M Infra, aponta uma perspectiva de queda de 10% nos preços do minério de ferro devido a incertezas globais. Ele destaca a necessidade de buscar novos mercados.
A mineração representa 4% do PIB e 25% das exportações brasileiras. Raul Jungmann, do Ibram, observa que o Brasil deve se afastar da exportação exclusiva de commodities.
A empresa Alcoa investirá mais de US$ 1 bilhão em alumínio e bauxita, mirando o mercado interno e externo. Gisele Salvador destaca que os investimentos são de longo prazo.
Janaina Donas, da Abal, teme que a tarifa prejudique a competitividade do alumínio brasileiro no mercado americano, que é estratégico para o setor.
A Vale, uma das maiores mineradoras, planeja investir US$ 5,9 bilhões em 2023, focando na produção de aço de baixo carbono e no reaproveitamento de fontes circulares.
Emir Calluf, da BHP Brasil, afirma que a empresa está preparada para enfrentar um ambiente comercial instável, mantendo margens fortes e posição favorável no mercado.
A Mineração Morro do Ipê e a Cedro investem em tecnologias sustentáveis e buscam se adaptar às novas exigências do comércio internacional.
As mineradoras estão focadas na descarbonização e na busca por crescimento nas exportações para novos mercados.