“Tarifaço de Trump”: o que foi suspenso, o que ainda vale e o que vem pela frente?
Decisões judiciais contestam as tarifas comerciais de Trump, suspendendo a maioria das medidas implementadas em situação de emergência nacional. O governo americano já anunciou que recorrerá à Suprema Corte para reverter as consequências econômicas da decisão.
Reveses na política tarifária de Trump afetam comércio global
A política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, enfrentou desafios significativos nesta semana após decisões judiciais que suspenderam grande parte das tarifas impostas sob a justificativa de emergência nacional. Desde quarta-feira (28), o governo dos EUA lida com um bloqueio judicial que impacta sua estratégia comercial.
A Corte de Comércio Internacional dos EUA bloqueou a maioria das tarifas alegando que Trump ultrapassou sua autoridade ao usar a Lei de Poderes Econômicos Internacionais de Emergência (IEEPA). Duas grandes categorias de tarifas foram barradas:
- Ordenação sobre pacotes de baixo valor (affetando plataformas como Shein e Temu).
- Tarifas setoriais sobre aço, alumínio e automóveis continuam em vigor.
A decisão foi motivada por ações de 12 estados e cinco empresas, reconhecendo o impacto econômico negativo das tarifas. Empresas como a fabricante MicroKits e a importadora VOS relatam prejuízos severos, incluindo risco de falência.
Após a decisão, os principais índices de ações subiram e o dólar perdeu força globalmente, com a cotação recuando para R$ 5,65 no Brasil.
O Departamento de Justiça já apresentou apelação, e assessores da Casa Branca indicaram que o governo poderá recorrer à Suprema Corte ainda nesta sexta-feira (30). Stephen Miller, vice-chefe de gabinete, e outros assessores criticaram a decisão, chamando-a de "tirania judicial".
Embora o governo tenha opções limitadas para contornar a decisão, analistas acreditam que a situação pode impactar significativamente a política comercial e a economia dos EUA.