Tarifaço de Trump entra na semana decisiva e perspectiva de acordo com os EUA fica mais distante
Tarifas de 50% sobre produtos brasileiros podem gerar perdas de R$ 175 bilhões à economia e afetar milhões de empregos. O governo brasileiro tenta, sem sucesso, negociar a reversão dessa medida com os EUA.
O Brasil enfrenta uma situação crítica em sua economia a partir do dia 1º de agosto, quando uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros será implementada pelos Estados Unidos, sem sinais de negociação ou adiamento.
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, lidera tentativas infrutíferas de diálogo, com Lula expressando pouca esperança de que a tarifa possa ser revertida. O secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas não serão adiadas e Trump reafirmou a decisão durante visita à Europa.
A tarifa atinge apenas o Brasil com a maior taxa, afetando diretamente exportações em setores como petróleo, ferro e aço, café, e máquinas, provocando perdas estimadas de R$ 52 bilhões e a eliminação de 110 mil empregos no curto prazo. No longo prazo, a Fiemg projeta uma perda de R$ 175 bilhões no PIB e até 1,3 milhão de postos de trabalho.
Setores como o de ferro-gusa, frutas e pescados já enfrentam os efeitos do tarifaço, com suspensão de contratos e crescimento da incerteza sobre o futuro das operações. A GrandValle, produtora de uva e manga, teme uma perda de até US$ 3 milhões e a Produmar, no setor pesqueiro, já planeja parar operações.
Exportadores buscam apoio de parceiros americanos para pressionar o governo dos EUA e discutir a relevância de produtos como café e suco de laranja, essenciais no mercado americano. A CitrusBR e o Cecafé trabalham com a National Coffee Association para solicitar que estes produtos sejam isentos da tarifa.
Em resposta ao tarifaço, o governo brasileiro está elaborando um plano de contingência, conforme informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O plano inclui possíveis linhas de crédito para apoiar empresas afetadas pela medida.