Tarifaço: Como exportadoras de menor porte estão lidando com a ameaça do governo Trump
Empresas brasileiras de médio porte enfrentam desafios para exportar aos EUA, com a iminente ameaça de tarifas elevadas. Entre incertezas e estratégias estratégicas, elas buscam manter sua presença no mercado americano e continuar a expansão internacional.
Crescimento das Exportações Brasileiras para os EUA
Nos últimos dez anos, o número de empresas brasileiras exportando para os EUA cresceu quase 70%. Em 2024, mais de 9,5 mil companhias nacionais venderam produtos e serviços aos americanos, com 4 mil novos fabricantes no mercado.
A maioria dessas empresas são pequenas e médias, sem grandes corporações para defendê-las. Elas enfrentam um desafio com a tentativa dos EUA de impor uma tarifa de 50% a produtos fabricados no Brasil, a partir de 1º de agosto.
André Rezende, CEO da Prática Produtos, diz que está encarando o cenário como um novo desafio, após ter investido US$ 4 milhões em sua entrada no mercado americano. A Prática é responsável por 10% de seu faturamento proveniente dos EUA.
A empresa aumentou seu estoque de produtos nos EUA, e Rezende está reestruturando sua produção e preços para se preparar para o aumento das tarifas. Além disso, estuda a possibilidade de montar uma linha de produção leve no país.
A Mecalor também busca expandir sua presença nos EUA. Com 20% de sua receita vinda de exportações, incluindo 1,5% dos EUA, a empresa planejava dobrar essa receita, mas agora enfrenta a incerteza das tarifas.
George Szegö, CEO da Mecalor, ressalta a importância do mercado americano, que é 8 a 10 vezes maior que o brasileiro. A empresa continua otimista e acredita que o mercado externo é essencial para seu funcionamento.