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Tarifaço atinge Suzano e ameaça 78% do consumo americano de celulose do Brasil

Tarifa de 50% sobre importações brasileiras de papel e celulose gera preocupações para a Suzano, que enfrenta elevada exposição ao mercado dos EUA. Analistas apontam que a realocação das vendas pode ser desafiadora e levar a pressões sobre preços e margens.

Tarifa sobre Importações: O governo dos Estados Unidos anunciou uma tarifa de 50% sobre importações do Brasil, afetando empresas do setor de papel e celulose. A Suzano (SUZB3) é a principal afetada, com 19% de suas vendas líquidas expostas ao mercado americano, conforme cálculos do Goldman Sachs.

A pesquisa indica que essa exposição é suscetível e difícil de mudar rapidamente devido a contratos de longo prazo com especificações rígidas. A adequação dos estoques locais e o novo equilíbrio comercial levariam tempo, potencialmente impactando preços.

O relatório aponta que a política tarifária pode levar compradores a buscar alternativas no Chile e Uruguai, aumentando a dependência de suprimentos domésticos nos EUA. O Brasil exportou cerca de 2,8 milhões de toneladas de celulose em 2022, cobrindo 78% do consumo americano deste produto.

O Goldman Sachs considera improvável uma rápida substituição desse volume, dado que a produção conjunta do Chile e Uruguai não é suficiente. A XP Investimentos também destacou que a capacidade de produção local de celulose nos EUA é baixa, obrigando-o a importar volumes significativos.

A XP agrega que essas exportações podem ser redirecionadas para a Ásia e Europa, mas isso talvez gere mais pressões. Além disso, o efeito da tarifa pode afetar o câmbio e a percepção de risco, suavizando alguns impactos.

Para a Klabin (KLBN11), o impacto é menor, com apenas 2% do faturamento destinado às exportações para os EUA, considerado irrelevante. Em contraste, a Suzano representa aproximadamente 55% do mercado de celulose de fibra curta na América do Norte, com cerca de 2 milhões de toneladas em consumo.

Analistas preveem que a tarifa prejudicará as exportações brasileiras, abrindo espaço para concorrência, especialmente de fornecedores chilenos, e potencialmente pressionando as margens e dificultando a logística.

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