Tarcísio submerge em meio à escalada da crise entre EUA e STF e silencia sobre Moraes
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se afasta da cena pública em meio à pressão dos EUA contra o STF. Ele se recupera de um procedimento médico e evita confronto com aliados bolsonaristas.
Governador Tarcísio de Freitas de São Paulo ficou cinco dias sem agendas públicas em meio à pressão dos EUA sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso ocorreu logo após sua inclusão na lista da Lei Magnitsky, que visa ditadores e terroristas.
Esse é seu primeiro sumiço em dias úteis desde fevereiro. A situação se agrava, pois ele passará por uma cirurgia na tireoide no dia 3 de setembro, o que o impossibilitará de participar de um ato na Avenida Paulista.
O silêncio de Tarcísio gerou desconforto entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o veem como alguém que busca evitar desgastes com Alexandre de Moraes, alvo das sanções americanas.
Ele é visto como um articulador entre o bolsonarismo e o STF, ao contrário de figuras como Eduardo Bolsonaro, que busca punições contra ministros do Supremo. Internamente, Tarcísio criticou a postura de Eduardo como um “tiro no pé”.
Fontes próximas afirmam que o sumiço não tem relação com a crise dos EUA ou saúde, mas sim com uma semana tranquila de compromissos. Tarcísio já se posicionou contra o tarifaço imposto pelos EUA, que pode afetar setores como a Embraer.
O governador prefere evitar confrontos e focar na economia paulista. Em declarações, enfatizou a busca por diálogo em vez da divisão política: “A divisão interna é o que enfraquece o País.”
Ele foi criticado por não se opor a Trump e pela falta de apoio mais contundente a medidas contra o Supremo. Outros governadores como Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado também se mantiveram com discursos cautelosos.
Por outro lado, Romeu Zema, governador de Minas, endossou a ofensiva americana contra Moraes, argumentando que o ministro está “pagando o preço” por suas ações. Zema destacou que erros de um presidente não justificam os de outro.