Tarcísio antecipa saída de Derrite da Segurança Pública de SP para evitar desgaste

Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, deixará o governo Tarcísio de Freitas até dezembro de 2023 para concorrer ao Senado em 2026.

Embora a lei permita sua permanência até abril de 2024, sua saída foi antecipada após um acordo com o governador. Tarcísio busca um substituto técnico e sem ambições eleitorais.

Derrite voltará à Câmara dos Deputados para ampliar sua visibilidade e defender projetos. Essa movimentação também visa reduzir o desgaste político enfrentado pela gestão devido às crises de segurança pública.

Apesar da queda nos homicídios (de 2.909 em 2022 para 2.517 em 2023) e roubos (de 242.991 para 193.714), houve um aumento nas mortes de policiais em serviço (de 256 para 649) e casos de estupro (de 13.240 para 14.579), de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública.

A imagem do governo foi afetada por incidentes graves, como a morte de uma criança durante uma operação policial e a morte de um estudante por um policial. Além disso, a insegurança na cidade de São Paulo tem gerado mais críticas à polícia.

O distanciamento entre Tarcísio e Derrite se intensificou após a morte do delator do PCC em novembro de 2024, quando Derrite foi visto em uma festa após um pedido do governador para cancelar uma viagem.

Tarcísio também vê Derrite como alguém que utiliza a pasta para fins eleitorais, intensificando sua exposição nas redes sociais e adotando posturas mais radicais. A diferença de posicionamento ficou evidente nas reações à PEC da Segurança Pública.

Recentemente, Tarcísio reconheceu excessos na segurança pública e expressou arrependimento por ter sido contrário ao uso de câmeras corporais na PM, o que causou desconforto em Derrite.

A saída de Derrite será apresentada como parte de seu projeto político. Tarcísio deseja manter uma imagem de unidade na centro-direita, que enfrentará a esquerda em 2026.

Entre os cotados para assumir a secretaria está Marcello Streifinger, atual secretário da Administração Penitenciária, visto como preferência por Tarcísio por seu perfil técnico.

Além de Derrite, outros cinco secretários também devem deixar o governo para concorrer em 2026, incluindo nomes de várias pastas. Tarcísio se movimenta para evitar novas turbulências no ano eleitoral.