Superávit de R$ 4 bi em Itaipu mostra que consumidor paga mais do que deve, dizem especialistas
Crescimento do superávit em Itaipu gera críticas sobre tarifas e cumprimento do tratado binacional. Especialistas alertam que lucro excessivo pode resultar em aumento nas contas de luz dos brasileiros.
Itaipu anunciou um superávit de US$ 680 milhões em 2024, 16 vezes mais que o ano anterior, e um resultado contábil de US$ 443 milhões. No entanto, especialistas apontam que a usina deve operar apenas com tarifas que cubram custos, sem lucro, e resultados positivos devem ser usados para reduzir tarifas.
A usina elevou a tarifa de US$ 16,71 para US$ 19,28 em 2023, sendo este aumento congelado por três anos. Criticas surgem, pois estima-se que US$ 1,2 bilhão está a mais nas tarifas pagas pelos brasileiros.
A diretora técnica da consultoria PSR, Ângela Gomes, afirma que o resultado reforça a necessidade de redução tarifária. O governo, por sua vez, defende que o saldo é parte do contrato trienal e não desrespeita o tratado.
A Frente Nacional de Consumidores contesta a visão de Itaipu, afirmando que isso indica cobrança excessiva. O superávit gerou críticas adicionais, levando parlamentares a investigarem a gestão da usina.
O senador Esperidião Amin iniciou propostas de fiscalização sobre o contrato entre Brasil e Paraguai. Além disso, a usina formalizou um apoio de US$ 301 milhões para evitar aumentos de tarifa, mas isso foi insuficiente.
Itaipu informou que seguirá o contrato trienal, ressaltando o caráter binacional da usina e que os saldos refletem também a margem paraguaia. O MME reiterou suas ações para garantir a modicidade tarifária e anunciou uma proposta de reforma do setor elétrico a ser apresentada à Casa Civil.