Suco de laranja escapa do tarifaço de 50%; setor é dependente das vendas para os EUA

Suco de laranja e castanha do Brasil são os únicos alimentos isentos da sobretaxa de 40% em produtos exportados para os EUA, conforme decreto assinado pelo presidente Donald Trump em 30 de agosto.

A taxa de 10%, imposta em abril, continua vigente. Para o suco de laranja, há também uma tarifa fixa de US$ 415 (R$ 2.316,61) por tonelada.

Os EUA são dependentes do suco brasileiro, consumindo quase 50% dos 3 milhões de litros importados, prevendo perdas de até R$ 4,3 bilhões anuais sem essas exportações.

A CitrusBR alertou que não há substitutos viáveis ao mercado americano.

Pior safra da laranja em 40 anos nos EUA

• Produção doméstica declinou devido a furacões, temperaturas baixas e a doença greening.
• A Flórida, responsável por 90% do suco americano, sofreu uma retração de 28% na safra 2024/2025.
• Preço do suco pode subir, atingindo US$ 4,49 (R$ 24,84) em fevereiro.
• Próxima colheita deve ser a menor desde 1986.

Segundo o diretor da CitrusBR, nenhum outro país pode atender à demanda americana, embora o México seja um concorrente.

Produção no Brasil cresce

• A safra 2025/2026 deve ser 36% maior que a anterior, com 8% de crescimento na produção de suco.
• Apesar do greening, o clima melhorou, resultando em frutas de melhor qualidade.
• O Brasil deve responder por 70% da produção mundial de suco este ano.

Sem o mercado americano, Brasil pode enfrentar dificuldades para escoar a produção. Netto afirma que “ninguém está a salvo dos efeitos disto”.