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STF patrocina 'jogo do resgate' e premia estados e municípios que gastam mais, dizem especialistas

Especialistas alertam que decisões do STF criam incentivos para gestões irresponsáveis em estados e municípios, exacerbando a crise fiscal. A recorrente intervenção da Corte em questões financeiras pode resultar em uma nova onda de déficit e endividamento, transferindo a responsabilidade para a União.

STF e a irresponsabilidade fiscal de estados e municípios

Especialistas afirmam que o histórico de decisões do STF favorecendo estados e municípios incentiva a má gestão das contas públicas. Governadores e prefeitos, ao aumentarem despesas durante períodos de bonança, contam com a interveniência da Corte quando enfrentam crises financeiras.

A pesquisadora Débora Costa Ferreira destaca que essa postura legitima estratégias de reeleição, onde gestores buscam emendas e transferências antes de deixarem a dívida para a União.

A análise da pesquisadora Andrea Dantas revela que, dos 250 casos julgados pelo STF sobre finanças, 218 foram a favor dos estados, mostrando um padrão de decisões que aumentaram as dívidas, especialmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O ministro Gilmar Mendes defende que o tribunal busca equilíbrio, mas reconhece que algumas decisões excepcionais podem ser necessárias. Ele ressalta casos em que medidas de ajuste fiscal são impostas para evitar crises.

O professor Maurício Bugarin observa que as decisões do STF incentivam até aqueles que estão com as contas em dia a evadir responsabilidades, resultando em um quadro econômico prejudicial por dispersão das dívidas.

As despesas regionais já superam as gastos diretos da União, complicando a atuação do Banco Central no controle da inflação. Economistas alertam que o perdão de dívidas pelo STF endossa uma política fiscal insustentável.

A série de reportagens "Desafio fiscal de estados e municípios" analisa as consequências da nova descentralização de recursos, destacando seus impactos negativos nas finanças e na economia do país.

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