STF: Ex-secretário do MJ nega direcionamento para monitorar crimes eleitorais em 2022
Antonio Lorenzo explica ao STF que as operações da PRF durante as eleições de 2022 visavam dissuadir crimes eleitorais, sem foco em candidatos. As oitivas das testemunhas do núcleo golpista seguem até o dia 23 de julho, abordando as ações para garantir a permanência de Bolsonaro no poder.
Antonio Lorenzo, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, declarou que as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições de 2022 tinham como objetivo dissuadir crimes eleitorais, sem ligação com qualquer candidato.
Lorenzo prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira como testemunha de defesa dos réus do núcleo dois da trama golpista. Ele afirmou que discutiu o tema em uma reunião em outubro de 2022 com representantes da PRF e da Polícia Federal (PF).
Segundo ele, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, estava preocupado com a integridade das eleições, focando no combate à compra de votos. A estratégia era dissuadir infratores, como exemplificado com a presença de viaturas da PRF em áreas de possível crime eleitoral.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, participou de operações para dificultar o acesso de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva aos locais de votação.
Vasques foi preso preventivamente em agosto de 2023 e liberado em agosto de 2024. Ele é réu do núcleo dois na ação penal por tentativa de golpe no STF, que busca manter Jair Bolsonaro no poder.
O STF retoma nesta segunda-feira as oitivas das testemunhas de defesa dos núcleos dois e três da trama golpista, conduzidas pelos juízes auxiliares do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. As audiências seguirão até 23 de julho.
O núcleo dois inclui:
- Silvinei Vasques;
- Fernando de Sousa Oliveira;
- Filipe Garcia Martins Pereira;
- Marcelo Costa Câmara;
- Marília Ferreira de Alencar;
- Mário Fernandes.
O núcleo três, composto por militares, visa pressionar comandantes das Forças Armadas para aderirem à trama golpista, e inclui:
- Bernardo Romão Correa Netto;
- Estevam Theophilo;
- Fabrício Moreira de Bastos;
- Hélio Ferreira;
- Márcio Nunes de Resende Júnior;
- Rafael Martins de Oliveira;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
- Wladimir Matos Soares.
As testemunhas dos réus Silvinei Vasques e outros do núcleo dois devem ser ouvidas hoje.