STF analisa denúncia contra 'núcleo dos militares' da trama golpista; assista ao vivo
STF inicia julgamento de militares e um policial federal envolvidos em tentativa de golpe de Estado. Denúncia da PGR aponta para a pressão exercida sobre a cúpula das Forças Armadas para apoiar a trama golpista.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia hoje, 19, o julgamento da denúncia contra o “núcleo três” de acusados de golpe de Estado.
A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), envolve 11 militares (ativos e da reserva) e 1 policial federal, todos acusados de:
- associação criminosa armada
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- golpe de Estado
- dano contra o patrimônio da União
- deterioração do patrimônio tombado
Dos réus, Wladimir Soares é o único não militar, atuando como segurança do Palácio do Planalto. Ele repassou informações sobre a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez declarações extremas injuriosas contra outros envolvidos, como o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O grupo visava influenciar comandantes militares a se juntarem ao golpe, organizando oficiais com formação em Forças Especiais. Aqueles que não aderiram eram alvos de ataques nas redes sociais, com o intuito de destruir suas reputações e aumentar a adesão ao plano golpista.
Uma das regiões alvo era o comando do Exército, considerado crucial. Em escutas, o coronel Bernardo Romão, comandante militar do sul, mencionou reunir militares para influenciar seus chefes. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro-Cid, gerenciou um grupo no WhatsApp voltado para essa pressão.
Um documento chamado “Carta ao comandante do Exército” foi criado para pressionar o general Marco Antônio Freire Gomes a se unir ao golpe.
As defesas do “núcleo três” negam as acusações. Este grupo é o quarto analisado pela Primeira Turma do STF, que já revisou as denúncias contra os núcleos crucial, dois e quatro, totalizando 21 réus no caso.
A Primeira Turma, composta por cinco ministros, é liderada por Moraes como relator, Cristiano Zanin como presidente, e conta com Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.