Stellantis projeta prejuízo de quase R$ 15 bi após tarifas de Trump

Stellantis prevê um prejuízo líquido de 2,3 bilhões de euros (R$ 14,96 bilhões) no primeiro semestre de 2023, em meio a um plano de reestruturação e o impacto das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.

A montadora, que possui marcas como Fiat e Jeep, estima um impacto de 300 milhões de euros (R$ 1,95 bilhão) só devido às tarifas. No mesmo período do ano passado, teve um lucro de 5,6 bilhões de euros.

No segundo trimestre, as remessas na América do Norte caíram 25%, e a empresa enfrentou 3,3 bilhões de euros (R$ 18,38 bilhões) em encargos pré-impostos, principalmente relacionados à reestruturação e cancelamento de programas, como o de veículos a hidrogênio.

O diretor financeiro Doug Ostermann disse que a equipe de gestão está insatisfeita com a situação e espera melhoras no segundo semestre.

A empresa está enfrentando turbulência após a saída do ex-CEO Carlos Tavares e deterioração no desempenho financeiro. A demanda por veículos na Europa permanece fraca, e tensions políticas afetam as operações na Itália e França.

Stellantis não está sozinha: Renault e Volvo também reportaram resultados negativos recentemente. O novo CEO Antonio Filosa busca continuar a recuperação iniciada por John Elkann.

A empresa já havia alertado sobre um impacto de tarifas de até 1,5 bilhão de euros para o ano e divulgou números financeiros preliminares para explicar seu desempenho aos investidores.

Analistas acreditam que a Stellantis está melhor posicionada do que outras montadoras frente às tarifas, devido à alta produção local nos EUA e à conformidade com acordos comerciais.

Apesar de um recente relaxamento nas regulamentações da UE sobre emissões, o chefe europeu Jean-Philippe Imparato alertou sobre um risco de multa de 2,6 bilhões de euros (R$ 14,48 bilhões).